Olá pessoas, tudo bem? Nessa semana eu postei uma foto no twitter do primeiro ensaio de nu que fiz com uma câmera digital e falei que vários erros foram cometidos por mim nesse ensaio. O pessoal ficou meio incrédulo, pois até que a foto era bacana, por conta de eu ter relatado que erros foram cometidos, então pensei em contar essa história. Lembrando que esse não foi o primeiro ensaio de nu que eu fiz, pois o primeiro foi com a tecnologia analógica (sim, eu sei que não é correto falar dessa maneira, mas fica fácil de compreender). Essa aventura do primeiro ensaio de nu e as várias gambiarras que foram feitas você encontra nesse vídeo abaixo.
Quando o digital começou a dominar o mundo da fotografia, poucas pessoas tinham realmente dinheiro em caixa para migrar para a nova tecnologia. As câmeras eram caras e uma tecnologia totalmente desconhecida. Então, tomei coragem e fiz um pequeno empréstimo no banco para adquirir a primeira câmera digital. A escolhida foi uma EOS Rebel XSi da Canon. Uma câmera pequena, com 12 megapixels de resolução máxima e um sensor CMOS APS-C. Ela veio com uma lente do Kit, a EF-S 18-55mm f/3,5-5,6. E quando foi isso? Em fevereiro de 2008, ou seja, apenas 15 anos atrás.

Assim que a câmera chegou eu chamei a mesma modelo que posou para o meu primeiro ensaio de nu para repetir a dose, só que agora de forma digital. A internet já existia e várias revistas de fotografia já estavam falando sobre a tecnologia digital, mas imperou em mim a velha arrogância do fotógrafo de achar que já sabe de tudo e não precisa aprender mais nada. Mas, não foi bem assim que esse ensaio se desenrolou. Cometi 3 erros brutais ao longo do ensaio.

O primeiro erro, e o mais grave, foi ter fotografado em JPEG. Nesse momento eu já tinha uma câmera fotográfica compacta, daquelas point and shoot, e o JPEG era a única opção de arquivo. Quando a Rebel chegou eu já marquei esse tipo de arquivo para salvar as fotos no cartão de memória. Eu até vi a opção RAW na câmera, mas não sabia o que era isso. E pior, não usei a opção de arquivo de melhor qualidade para caber um pouco mais de fotos no cartão. Se eu tivesse escolhido a opção de RAW eu teria melhores possibilidades de edição dessas fotos no futuro, o que me custou perda de qualidade em vários arquivos.

O segundo erro, não entender nada de balanço de branco na fotografia digital. Quando fotografamos em JPEG é necessário escolher o balanço de branco na hora da fotografia, pois é muito mais complicado mudar isso na hora da edição. Se tivesse feito o ensaio em RAW o balanço de branco pode ser escolhido posteriormente na hora da edição, mas não foi o meu caso. O resultado é que converti todas as fotos em preto e branco por ter odiado a coloração de todas elas. Dois erros que se complementam: escolha de um arquivo mais pobre para a edição e, por consequência, erro em todos os balanços de branco.

E o terceiro erro foi acreditar que o ISO alto resolveria todos os problemas de iluminação em uma foto digital. Para quem trabalhava com filme fotográfico, onde o ISO é escolhido na hora da compra do filme, poder mudar o ISO ao longo do ensaio fotográfico era uma maravilha. Só que era desconhecido para mim, na época, o problema do ruído em ISO alto na fotografia digital. Uma câmera como a Rebel XSI em 2008 já apresentava um ruído considerável em ISO 800. E foi nesse ISO que fotografei quase todo o ensaio. Se as fotos estivessem em RAW a edição e diminuição do ruído seria muito mais fácil, mas o arquivo JPEG dificultou tudo um pouco mais.

Ao todo, foram erros cometidos de iniciante na tecnologia digital que quase arruinou a qualidade geral de um ensaio fotográfico inteiro. Mas, eu sempre digo que é errando que a gente aprende a fazer o certo.

Sempre falo para os meus alunos que o mais acertado é sempre supor que você não sabe nada e sempre estar aberto ao conhecimento. Vai ser o mais acertado.